sábado, 29 de junho de 2013


UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA

ALUAN CARVALHO
GUILHERME DOS SANTOS DEMARCHI
MARCELO DOS SANTOS






RELATÓRIO DE CAMPO – FOZ DO IGUAÇU, CUIDAD DEL ESTE E PUERTO IGUAZU









LONDRINA/PR
2013


ALUAN CARVALHO
GUILHERME DOS SANTOS DEMARCHI
MARCELO DOS SANTOS






RELATÓRIO DE CAMPO – FOZ DO IGUAÇU, CUIDAD DEL ESTE E PUERTO IGUAZU


Relatório apresentado na Disciplina de Geografia do Brasil do Curso de Geografia Matutino.
Márcia Siqueira de Carvalho





LONDRINA/PR
2013


Descrição do Trabalho de Campo:

Nos dias 7, 8 e 9 de Junho de 2013 o quarto ano do curso de Geografia da Universidade Estadual de Londrina realizou um trabalho de campo para o Município Brasileiro de Foz do Iguaçu/PR e também para os municípios de Ciudad del Este no Paraguai e Puerto Iguazu na Argentina, sendo esse trabalho de campo parte integrante da disciplina de Geografia do Brasil, ministrada por Márcia Siqueira de Carvalho.

Figura 1: Localização das 3 Cidades Na Tríplice Fronteira - Fonte: Google Earth

O trabalho de campo teve por objetivos principais demonstrar os tipos de atividades comerciais que se estabelecem na tríplice fronteira e alguns aspectos históricos e sociais da região, além da visualização e análise dos elementos naturais presentes no local, como o rio Paraná e as Cataratas do Iguaçu, além daqueles de criação do ser humano, como a Usina de Itaipú.
Os lugares visitados durante o trabalho foram (na ordem cronológica):

·         Parque Nacional do Iguaçu e Cataratas
·         Usina de Itaipu - Binacional
·         Ciudad Del Este (Zoológico, Museu, Levantamento das Quadras, Comércio)
·         Puerto Iguazu (Aduana, Feirinha, Duty Free).

A Saída de Londrina ocorreu no dia 07 (sexta) por volta das 6 da manha na Avenida Leste–Oeste. Durante o Percurso, foi possível perceber a mudança da paisagem, passando por importantes cidades paranaenses como Maringá, Campo Mourão e Cascavel.
O cultivo de Soja, Trigo e Milha era predominante durante todo o percurso, com pouca pecuária, as áreas planas também eram maioria, o que favorece a agricultura, além de alguns plantios em curvas de nível, para evitar a erosão do solo. O tempo aberto durante toda a viagem facilitou muito a percepção das paisagens.

Figura 2: Paisagem na Ida para Foz do Iguaçu/PR - Fonte: Guilherme Demarchi
Introdução:
Uma importante análise que deve ser feita na região da Tríplice Fronteira são os conceitos de Território, que é um aspecto marcante nessa região.
As fronteiras delimitam e separam os lugares, os territórios e as paisagens e podem ter um significado mais amplo do que simples linhas de separação entre países. As fronteiras podem ser políticas ou naturais.
Fronteiras Políticas: São os territórios onde o estado-nação exerce sua soberania. Esses territórios são separados por limites, que muitas vezes são acidentes naturais (rios, lagos, cadeias de montanhas). Algumas vezes, esses limites são apenas rua ou uma estrada. De qualquer forma, construídos pela natureza, ou não, esses limites foram estabelecidos após séculos de um passado que envolveu guerras, acordos, conquistas e tratados.
Se, por um lado, as fronteiras são elementos de separação de povos e culturas, elas podem significar também uma aproximação entre nações vizinhas, quando essa separação territorial não implica disputas e rivalidades. As fronteiras políticas podem ser:
-Fronteiras efetivas, que representam limites territoriais reconhecidos internacionalmente, como a fronteira entre Brasil e Uruguai.
-Fronteiras em litígio, onde existe um limite territorial de fato, sobre o qual não há acordo, ou que está sujeito a arbitragem, como ocorre com Venezuela e Suriname.
Existem ainda as fronteiras indefinidas, onde não foram demarcados limites fixos entre os Estados; os limites mostram, apenas, áreas aproximadas de soberania, como, por exemplo, entre lêmen e Arábia Saudita.
Fronteiras Naturais: Existem, ainda, fronteiras que separam os ecossistemas e são determinadas por elementos da natureza. São as chamadas faixas de transição, que funcionam como fronteiras entre ecossistemas diferentes. No Brasil, por exemplo, os ecossistemas amazônicos e da caatinga são separados pela Zona dos Cocais (Meio-Norte). Em escala global, os semi-desertos formam uma fronteira natural ao longo dos desertos.
A questão do território tem muita influência no processo de formação das fronteiras, e nas relações que a população tem no ambiente em que vivem. Segundo Milton Santos (1994), o território tem seu funcionamento a partir de horizontalidades (ou seja, lugares vizinhos reunidos por uma continuidade territorial) e verticalidades (formadas por pontos distantes um do outro, ligados por todas as formas e processos sociais). O território pode ainda ser formado por lugares contíguos e por lugares em redes.
No conceito tradicional da Geografia, o território é usado no estudo das relações entre o espaço e o poder desenvolvidas pelos estados, especialmente os estados nacionais. No contexto político, refere-se a superfície terrestre de um Estado, seja ele soberano ou não, ou também o espaço físico sobre o qual o Estado exerce seu poder soberano. Para as teorias gerais de Estado, diplomacia, relações internacionais e nacionalidade, território é uma das condições para a existência e o reconhecimento de um país.
No caso dos usos do território, desenvolve-se uma economia sem fronteiras que vem sendo comumente mencionada como ‘’globalização’’, e que se estrutura sob bases da  desigualdade social e territorial.  Se de um lado a globalização implica numa maior unificação técnica, de outro, ela evidencia com os novos recortes territoriais a relevância das fronteiras.
A região da Tríplice Fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina, tem algumas particularidades no seu contexto histórico. As três cidades (Foz do Iguaçu, Ciudad del Este e Puerto Iguazu) são complementares e tiveram o seu desenvolvimento recente muito relacionado às práticas e fluxos que se dão umas nas outras, tendo em vista a forte interligação que há entre não apenas entre as três cidades, mas entre os três países.
As cidades são apenas o ponto onde estas relações se apresentam de forma mais pronunciada, concentrando atividades que motivam deslocamento de várias localidades nos/pelos três países, tanto para o trabalho (como no caso da Usina Hidroelétrica de Itaipu), para o Lazer (com os cassinos e restaurantes em Puerto Iguazu) e para as compras (em Ciudad Del Este). Vale frisar que estas são as atividades principais de cada cidade, sendo que outras nelas se desenvolvem, mas ocupando um menor papel.
Em relação ao período missioneiro e as missões, também conhecido como Reduções Jesuíticas, as missões foram construções organizadas e administradas pelos primeiros padres jesuítas que chegaram à América. O objetivo era catequizar os povos indígenas e desenvolvê-los para que vivessem de acordo com os moldes europeus.


Figura 3: Ruína das Missões Jesuíticas - Fonte: Hotel Foz do Iguaçu

No entanto, os colonizadores espanhóis e portugueses acreditavam que tal esforço era em vão e ainda havia a oposição de alguns setores da Igreja Católica que não aceitaram o método. Se não bastassem estes obstáculos, outro problema era a suspeita de que os jesuítas estariam tentando criar um império independente, o que resultou no ataque ao sistema missioneiro e na dizimação de milhares de indígenas.
Na região sul do continente, existe cerca de 30 reduções, sendo que 7 delas estão no leste do Paraguai e outras 14 no norte da Argentina, distribuídas por um raio de até 300 quilômetros partindo de Foz do Iguaçu, no Brasil.
Nas ruínas, é possível ter uma ideia de como foi o sistema missioneiro, observando igrejas, praças, armazéns, escolas e casas onde viveram os índios e os jesuítas. Entre as construções dos países vizinhos de Foz do Iguaçu, algumas recebem grande destaque e foram até tombadas como Patrimônios Culturais da Humanidade.
Adentrando cerca de 250 quilômetros na Argentina, é possível chegar à cidade de Posadas, onde estão as Ruínas de San Ignácio Mini. Fundada em 1695, a construção onde viveram mais de 4 mil habitantes possui o maior conjunto urbano preservado do sistema missioneiro. Logo na chegada, os visitantes encontram um museu repleto de peças de artesanato, utensílios domésticos e outros objetos construídos pelos indígenas da redução.
Já no Paraguai, a construção jesuíta que mais se destaca é a da Santísima Trinidad que fica próximo à cidade de Encarnación. Datadas de 1706, as ruínas da construção impressionam principalmente pela imponência da sua grande igreja que segue o padrão europeu dos templos mais luxuosos da época. No seu interior, é possível visitar túmulos e peças arqueológicas reconstruídas.
Outro importante marco história na região foi a instalação da colônia militar no município de Foz do Iguaçu/PR. Em 22 de novembro de 1889, o Tenente Antonio Batista da Costa Júnior e o Sargento José Maria de Brito fundaram a Colônia Militar, que tinha competência para distribuir terrenos a colonos interessados.
Nos primeiros anos do século XX, a população de Foz do Iguaçu chegou a aproximadamente 2.000 pessoas e o vilarejo dispunha de uma hospedaria, quatro mercearias, um rústico quartel militar, mesa de rendas e estação telegráfica, engenhos de açúcar e cachaça e uma agricultura de subsistência.
Em 1910, a Colônia Militar passou à condição de "Vila Iguassu", distrito do Município de Guarapuava. Dois anos depois, o Ministro da Guerra emancipou a Colônia, tornando-a um povoamento civil entregue aos cuidados do governo do Paraná, que criou então a Coletoria Estadual da Vila.


Figura 4: Colônia Militar do Iguaçu - Fonte: Gazeta.Inf.br

No período da exploração da Erva Mate, que foi um importante ciclo nos primeiros anos de fundação, o município se estendia por todo o oeste do Paraná até o município de Guarapuava e sua população era composta principalmente por indígenas, argentinos, paraguaios e os primeiros desbravadores.
Após a instalação da Colônia Militar do Iguaçu, houve a fixação de um maior número de brasileiros na região, o que possibilitou o desenvolvimento de pequeno comércio e de pequenas propriedades rurais familiares. A exploração do mate foi fundamental no desenvolvimento da região e na concentração de população, relacionada com o processo de ocupação do oeste do Paraná.
A incorporação das terras pelo capital é um processo que vem ocorrendo de forma muita intenção na região da tríplice fronteira. Os ciclos da globalização e abertura de mercados são termos que podem explicar bem esse processo.
Este ciclo iniciou-se com a consolidação do Mercosul, que integra Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, com a proposta de isonomia de impostos, a adoção de uma política comercial comum e o estabelecimento de uma tarifa externa comum.
O rompimento com o ciclo anterior agravou a condição econômica e social de Foz do Iguaçu, pois fez desaparecer grande parte do setor exportador e reduzir significativamente o turismo de compras e a ocupação de estabelecimentos hoteleiros não classificados, fato que ocasionou a dispensa de muitos trabalhadores.
Entretanto, Foz do Iguaçu goza das vantagens de sua localização estratégica no Mercosul, possuindo perspectivas otimistas de crescimento econômico, com a atração de novos investimentos e consolidação de empresas que poderão usufruir desse nicho de mercado, até então pouco ou informalmente explorado.
A expansão de cursos superiores, além do fator de atração de jovens e profissionais especializados, possibilita também a constituição de um polo tecnológico, referencial para os novos momentos que estamos vivendo.
O período de construção da usina de Itaipu foi uma era marcante para a região estudada, denominado como Ciclo de Itaipu. Este ciclo ampliou e desenvolveu tanto o setor econômico quanto o demográfico devido à implantação da Hidrelétrica de Itaipu, que causou um crescimento de 385% de toda a população local, que passou de 34 para 136 mil habitantes, sendo que 50 mil faziam parte do quadro de funcionários da Itaipu no auge de sua construção.


Figura 5: Construção da Usina de Itaipu - Fonte: http://ecivilufes.wordpress.com/

Este contingente estabeleceu-se nos bairros da cidade, dedicando-se à prestação de serviços. Houve um aumento de investimento do setor público em infraestrutura urbana, com a construção de avenidas e do aeroporto. Este ciclo causou grande impacto em todo o oeste do Paraná, principalmente em Foz do Iguaçu, ocasionando a atração de correntes migratórias, compostas de trabalhadores e familiares, vindos principalmente de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, além dos provenientes do Estado do Paraná.

Resultados do Trabalho de Campo:

Durante o trabalho de campo, foi possível observar várias questões importantes ligadas à paisagem e o modo como o comércio se estabelece na região.
Falando uma pouco sobre a cidade em si, é a segunda maior cidade do Paraguai, além de ser responsável por 10% do PIB paraguaio, que é de 150 bilhões de dólares. É a terceira maior zona franca de comércio do mundo, atrás de Miami e Hong Kong. Seus clientes são na maioria brasileiros, paraguaios e coreanos, atraídos pelos baixos preços dos produtos ali vendidos.


Figura 6: Mapa da Zona Comercial da Ciudad Del Este - Fonte: Blog 6geo 028

Importante destacar que o comércio da cidade também concentra vários tipos de atividades ilegais. Segundo Rabossi (2006), se trata de um ponto onde se reúnem traficantes, prostitutas, gângsteres, mafiosos, terroristas, de distintas partes do globo. O fato de não haver uma fiscalização intensa facilita esse tipo de comércio ilegal.
Ainda falando sobre as atividades ilegais, ele afirma que:
Uma grande variedade de atividades se desenvolve aproveitando a existência dos diferenciais que emergem de semelhante organização, as quais podem tornar-se efetivas só se são burlados os mecanismos criados para mantê-la. Nenhuma atividade é mais representativa do usufruto desses diferenciais que o contrabando, o qual supõe por definição a passagem pela fronteira. (RABOSSI, 2006).           
Foi possível observar que o local que concentra o comércio no município Paraguaio goza de uma infraestrutura muito deficiente, tanto no aspecto social, quanto ambiental e jurídico.
Analisando as cidade de Foz do Iguaçu e Ciudad del Este relacionadas ao texto do Rabossi, observa-se que para os dois municípios, há uma grande importância em termos nacionais e internacionais das práticas comerciais e da produção energética da usina de Itaipu, mas a atividade comercial é a que merece destaque, pois ela foi a motivadora dos fluxos migratórios iniciais dos árabes para aquela região.
Primeiramente os árabes (na maioria dos casos de origem libanesa) saíram de seus locais de origem buscando melhorias em suas condições de vida, partindo para o Brasil.
A escolha pelo lugar de instalação em nosso país se dava por contatos que os mesmos tinham e que já residiam aqui, estes contatos passavam as informações sobre quais locais do Brasil a atividade comercial era promissora, atraindo para cá os então migrantes, que se instalavam em cidades mais ao norte do país ou trabalhavam como vendedores ambulantes.
Conforme o comércio foi progredindo na tríplice fronteira com o crescimento das atividades lá desenvolvidas em virtude da construção da Usina de Itaipu, cresceu também o número de árabes que para lá se deslocavam, passando a trabalhar em Foz do Iguaçu ou em Ciudad del Este. Continua sendo comum a residência em um país e o trabalho em outro, no caso da comunidade árabe.
Atualmente a mesma possui algumas das maiores lojas de variedades da região, tendo também um forte poder político e social, deixando no território de Foz do Iguaçu marcas da sua religião e de seus costumes, com a instalação de mesquitas e de centros culturais por exemplo. Vale frisar que há em Ciudad del Este imigrantes de outras origens, do continente americano, africano ou asiático.
No domingo de manhã as turmas visitaram a cidade argentina de Puerto Iguazu, onde depois de passaram pela Aduana. Entrando no país as turmas se dividirem em alguns carros (taxi e carona) e se dirigiram até a feirinha que tem no centro da cidade. Nessa feirinha pode-se encontrar diversos tipos de produtos, que são típicos da Argentina, como Alfajor, Vinhos, Jaquetas e Calçados de Couro, dentre outros.

Figura 7 - Feirinha em Puerto Iguazu/Arg. - Fonte: Bruna Fidelis

Importante destacar que na Argentina a organização do comércio e a infraestrutura eram muito melhores do que no Paraguai, e também havia um número muito reduzido de pessoas, veículos e lojas.
O Assédio dos vendedores também era muito menor do que no Paraguai e deixava o consumidor mais a vontade para efetuar suas compras. Importante citar que o Real na Argentina era muito mais valorizado do que no Paraguai, onde tudo era vendido em dólares.
Falando um pouco mais sobre o município, constata-se o turismo como a principal atividade econômica, já que o comércio e a hotelaria também são as principais fonte de renda.
Ademais chegou à cidade um grande número de hotéis internacionais (ademais dos já existentes) os quais estão construindo suas edificações às margens do Rio Iguaçu, junto a um campo de golf, um albergue juvenil e cabanas para turistas (todos em construção). Esta zona compreende a 600 ha, e se localiza a leste da Ponte Internacional Tancredo Neves.
Alguns atrativos turísticos (ademais das Cataratas do Iguaçu) são o Hito Três Fronteiras, a feira artesanal localizada no mesmo, o complexo La Aripuca, o porto, o Museu de Imagens da selva, o Museu Mbororé, o Parque Natural Municipal Luis Honorio Rolón, o centro de reabilitação para aves Guira Oga e um cassino internacional (o qual forma parte de un hotel).
A cidade possui um centro comercial nas cercanias da Ponte Internacional, o Duty Free Shop. Na zona do centro há bancos, casas de câmbio, bares, cassinos, restaurantes, lojas de roupas, lojas de artigos de desporto, discotecas, pubs, confeitarias, etc.


Figura 8: Foto interna da Duty Free - Fonte: Guilherme Demarchi

Importante destacar que a localização geográfica do município, próximo ao Brasil e ao grande centro comercial de Ciudad Del Este ajudam a estabelecer a atividade econômica do município.
Como uma das atividades do trabalho de campo, foi requerida uma análise sobre três das várias quadras que existem na área comercial. As quadras destinados ao grupo foram: Boqueron, Nanawa e Cueupayti.  


Figura 9: Quadras Analisadas pelos Grupos na Ciudad Del Este - Fonte: Guilherme Demarchi

Quatro itens tiveram que ser analisados nas quadras: Infraestrutura Sanitária, Áreas Verdes, Organização Espacial e Infraestrutura Viária. Quanto ao primeiro item, observou-se que não há alguns itens básicos de coleta de lixo e Higiene como Lixeiras, poços, rede coletora de esgotos. Algumas valas de esgotos à céu aberto eram perceptíveis no local, o que ocasionava num odor desagradável.


Figura 10: Caos no Transito na Zona Comercial da Ciudad Del Este - Fonte: Marcelo Santos

Quanto às áreas verdes do local, percebe-se pouquíssima cobertura vegetal, havendo apenas algumas árvores e de forma bem espalhada. O Solo é impermeabilizado devido ao grande volume de asfalto sobre o solo. Não há a presença de terrenos baldios, sendo todo o local densamente ocupado e construído.
No que diz respeito à organização espacial, a largura das ruas tem em média 8 metros. A presença do meio frio se dá em algumas das quadras, e de forma irregular em alguns pontos. O alinhamento predial é irregular e há a presença de lotes consolidados.
No último item a ser analisado, que trata sobre Infraestrutura viária, percebe-se que o fluxo de veículos é altamente prejudicado pelo número de pessoas que se aglomeram, onde muitas, pelo fato das calçadas estarem todas ocupadas pelos Mesiteiros (até de forma indevida), acabam que andando pelo meio da rua, correndo até riscos maiores de acidentes.
Segundo Cristiane Gomes (2008), Os principais problemas encontrados na tríplice fronteira no que envolve o meio ambiente são a falta de rede de esgoto, ocupação irregular de margens de rios e o desordenado crescimento urbano, sendo alguns destes problemas relacionados diretamente ou agravados pelas atividades (e pelas formas pelas quais elas se dão) presentes com maior peso na região, sendo as principais a agricultura e o comércio.
Não é difícil concluir que as quadras analisadas pelos outros grupos não se diferem muito da presente análise dessas 3 quadras, evidenciando que a caracterização da área se dá de forma homogênea por toda a área comercial da cidade.

Conclusão:
Foi claramente perceptível que todo um conjunto de problemas, seja da ordem social, econômico ou ambiental, estão ligados a um contexto histórico que foi muito marcante na região. A existência de vários ciclos, que participaram do processo de formação da região, impulsionaram o crescimento local, tanto econômico quanto populacional.
A vinda de pessoas de outros países como árabes e mulçumanos, que saíram de seus países em busca de melhores condições de vida, contribuíram na consolidação da região da tríplice fronteira de forma importante, atraídos principalmente pelas vagas de trabalho na construção da usina e pelo comércio local em si.
Percebe-se que um dos grandes problemas atuais dessa região encontram-se na falta de leis mais severas e de uma fiscalização mais atuante, no que diz respeito ao comércio ilegal e de uma falta na infraestrutura de transportes, comércio e serviços, que resultam em deficiências ambientais, políticas, econômicas, sociais, dentre outras.
Os estudos ministrados em campo são de grande importância para os estudos no âmbito ambiental e econômico/social, que são a base para as duas disciplinas envolvidas no trabalho de campo. Esse contato visual e interativo com os locais visitados fazem com que o conteúdo visto em sala de aula seja colocado em prática, fazendo com que os alunos se relacionem melhor com os temas abordados.

Referências Bibliográficas:

GOMES, Cristiane. Legislação ambiental do MERCOSU e a gestão de recursos hídricos na tríplice fronteira. 2008. Dissertação (Mestrado em geografia) Universidade Federal do Paraná – Curitiba.

RABOSSI, F. Árabes e muçulmanos em Foz do Iguaçu e Ciudad del Este: notas para uma re-interpretação. In: Seyferth, G; Póvoa, H; Zanini, M.C.; Santos, M.. (Org.). Mundos em Movimento: Ensaios sobre migrações. Santa Maria: Editora da Universidade Federal de Santa Maria, 2007, v.1, p. 287-312.

RABOSSI, Fernando. Nas ruas de Ciudad del Este: vidas e vendas num mercado de fronteira. 2006. Tese (Doutorado em Antropologia Social) Universidade Federal do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro.

RABOSSI, Fernando. Dimensões da espacialização das trocas – A propósito de Mesiteros e Sacoleiros em Ciudad Del Este. Foz do Iguaçu. Revista do Centro de Educação e letras. 2004.

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ECIVILUFES – Usina Hidrelétrica de Itaipu. Disponível em:< http://ecivilufes.wordpress.com>. Acesso em 27 de Junho/2013.

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HOTELDOZDOIGUACU - Missões Jesuíticas: Uma verdadeira Viagem no tempo. Disponível em: < http://www.hotelfozdoiguacu.com.br/blog/missoes-jesuiticas-uma-verdadeira-viagem-no-tempo/>. Acesso em 28 de Junho/2013.

JTEZZA – História dos Ciclos econômicos de Foz do Iguaçu. Disponível em:< http://www.jtezza.com/capa_232.htm>. Acesso em 25 de Junho/2013.

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